quarta-feira, 29 de outubro de 2008

JORNALISMO É ARTE?

Por: Gil Cavalcanti

Para primeiro responder a pergunta: Jornalismo é arte? é importante que levemos algumas questões em consideração. O diálogo diário entre jornalistas e seus leitores pode causar certo tipo de aproximação entre eles, onde quem escreve tem a possibilidade de saber quem é que o lê, e já o leitor é capaz de reconhecer o tipo de linguagem que irá encontrar. Outro ponto importante para responder tal questão seria se há uma fórmula pronta para fazer jornalismo. Que artifícios são usados no processo de recebimento do acontecido, a dissolução dos fatos, a confecção da noticia e como a notícia chega aos receptores.

Pensando no Jornalismo Impresso é necessário que se lembre de todo o seu processo de evolução, de como foi se aperfeiçoando e como está sendo desenvolvido hoje. Outro meio jornalístico que deveras é foco desse contexto é o Rádio, que de uma época considerado fenômeno por aproximar o ouvinte da notícia, chegou a ser ameaçado pelo desenvolvimento da televisão, onde o jornal televisivo trouxe uma maior dinamicidade, apresentando o recurso visual que encanta quem assiste.

Falar em atualidade remete também a uma tendência cada vez mais em voga que é o jornalismo Online. Esse também trás inovações em suas propostas que até certo ponto foge do tradicionalismo do meio. Sua estrutura narrativa não linear pode desconstruir a estrutura de inicio, meio e fim de um texto. O ambiente virtual disponibiliza recursos onde o internauta não é obrigado a realizar uma leitura completa. Vídeos no meio da noticia, links que transferem o assunto para outros sites, tudo isso faz com que o meio de comunicação não saiba se o leitor obrigatoriamente está "preso" em seu domínio naquele exato momento.

Mas o que será de um jornal sem a notícia? Em qualquer ambiente que for o acontecimento é que move e transforma o meio. A percepção para definir quando algo é notícia é o que leva o profissional a criar, a enriquecer sua produção textual em detalhes e a fundamentar suas informações.

Há de convir que não há receita pronta para uma produção jornalística, mas sim desenvolver no texto uma ordem direta dos fatos, com precisão, fundamento, onde o espaço para a "captura" do leitor – o início da produção – seja desenvolvida de uma forma que o leve até o final, compreendendo os pontos abordados e contribuindo para sua informação.

Entretanto, nossa questão inicial pode ser que ainda necessite de uma resposta mais direta, fazendo entender que toda a produção do homem onde há uma transformação, uma criação possa ser considerada como arte. Primeiramente apontemos para dois conceitos de arte, a classificativa – que remete se uma determinada obra é boa ou não, abstendo-se da resposta se ela é arte. Para entender se é arte, apontemos para o sentido valorativo. A produção jornalística está cercada desses conceitos. A sociedade por si só, designa de ambas as maneira os meios de comunicação.

A isso remete-se certo posicionamento da imprensa atual, como por exemplo o chamado jornalismo declaratório. Esse tipo de alcunha sentida pela imprensa é reflexo da uma sociedade que ainda espera ser surpreendida com a publicação de histórias que desconhecem ou com a explicação de fatos não compreendidos direito. Comparado com uma escola artística onde em um determinado momento rompe com o tradicional, reformula idéias e trás novos conceitos - por isso é possível identificar alguns estigmas de que existem jornais e jornais.

Se o contexto de obra de arte envolve a estética e o belo, o jornalismo também utiliza ferramentas que o direciona nessa mesma conjuntura. Em cada meio jornalístico citado acima, encontraremos criações que o remetem a uma determinada estética ou linha de desenvolvimento. Recursos eletrônicos de áudio-visual e muitos outros caracterizam a forma como cada seguimento jornalístico é feito. E o contato do receptor com essas produções o remete a sentimentos que os leva a compreender o que é produzido.

Mas se ainda resta alguma dúvida se jornalismo é arte ou não, basta buscar compreender o que representa o ato de escrever no periodismo. Escrever remete-se a uma combinação de audácia, sentimento, dedicação, imaginação e sorte. Tais ingredientes necessariamente não garantem o sucesso de uma produção jornalística, contudo apresenta funções que provocam reações em quem lê, contribuindo para o entendimento e ampliando conhecimentos. A arte de colocar no papel encanta não apenas pela beleza da criação, mas, por também ser capaz de documentar o fato.


Estudante do primeiro ano de Comunicação Social.

JORNALISMO POLÍTICO


Por: Wyllington Mádson


O jornalismo, ente suas diversas funções, tem como papel informar sobre o mundo político. Os tópicos do jornalismo político incluem a cobertura de eventos variados, como as eleições, os decretos de governos, as votações parlamentares, as negociações entre partidos e blocos de poder e inúmeros outros.


Além de fazer relatos acerca das instituições que geram produto e fatos, como governos, ministérios, secretarias, partidos, órgãos oficiais e institutos de pesquisa de opinião. Também faz a cobertura de políticas públicas, como nas secretarias de governo e nos ministérios da área institucional; além, é claro, do dia-a-dia do poder.


Nestes assuntos do cotidiano, incluem-se negociações, acordos e trâmites de projetos de lei, mudanças de cargos, processos contra políticos e ocupantes de cargos públicos, abusos de poder, tráfico de influencia e corrupção, como por exemplo, a compra e a venda de votos em épocas de campanha eleitoral.


O jornalismo político é primordial para que a sociedade se mantenha informada a respeito do mundo do poder. Podendo assim, opinar e tomar atitudes para que a democracia seja mantida e a corrupção combatida, uma vez estando às vistas do povo como um todo.


Este ramo de notícias tem ainda o papel de promover o equilíbrio no mundo da política, ao trazer informações contínuas para que tudo funcione dentro dos eixos, ao possibilitar o julgamento dos atos políticos de forma explícita e conjunta, não permitindo que as atitudes tomadas pelos políticos fiquem longe da visão e do conhecimento dos cidadãos.


Estudante do primeiro ano de Comunicação Social

Uma breve comparação entre Adorno e Benjamim em relação à Indústria Cultural

Uma breve comparação entre Adorno e Benjamim em relação à Indústria Cultural
Por: Gil Cavalcanti*

Para se estabelecer uma compreensão acerca de indústria cultural é preciso estar inserido no que diz respeito à temporalidade do que se trata, e quais são as relações culturais desse tempo que representa o modelo comportamental da sociedade.

Tratando do conceito de cultura, várias vertentes discursivas abrangem intercâmbios de conhecimentos que vão além dos conceitos ideológicos e filosóficos. Tratando-se da definição 'cultura', abre-se um leque de possibilidades sobre um objeto que está direcionado ao conhecimento, às práticas sociais, hábitos alimentares, decisões grupais, enfim, conceitos que podem justificar quaisquer das relações humanas.

Observando de modo específico a indústria cultural, que se enquadra em um dos objetos inseridos no contexto cultura, é possível identificar definições que ao longo da história foram se moldando, apresentando em diferentes épocas elementos que foram tomando uma nova roupagem de acordo com as mudanças nas relações sociais. Mergulhando nesse universo de conceitos, podemos chegar a assuntos intertextuais que se inserem dentro da discussão a respeito da indústria cultural.

Como não evidenciar no contexto da indústria cultural a cultura popular e a cultura erudita, que se fazem presentes neste contexto? Dentro deste aspecto, cultura erudita, popular e indústria cultural, encontra-se em Stuart Hall uma linha de inter-relação, onde não se pode pensar nesses dois tipos de culturas sem antes considerar a existência da indústria cultural.

Aproveitando esse contexto de Hall, pose-se considerar que a ação da indústria cultural se faz presente não apenas em níveis culturais onde em momentos confundi-se 'popular' com 'massa', já que estes dois não caracterizam o mesmo conceito. Quando Stuart Hall insere esses elementos na indústria cultural, ele nos responde mostrando que uma produção em série, por exemplo, não importando ser ela 'erudita' ou 'popular', vai estar se inserindo num contexto de mercadoria, de descaracterização da produção, aproximando-se do que pensava Adorno acerca disso.

Mas, antes de ser específico em Adorno é importante uma outra visão sobre o termo indústria cultural. Uma escola que esteve atenta a tantas discussões, e em relação a está também trouxe uma considerável contribuição, foi à escola alemã de Frankfurt, a qual Benjamim difundia seus pensamentos e proporcionava conceitos aplicáveis nestas discussões, por exemplo.

Para ele, a revolução não prejudicava a cultura como um todo, mas sim tinha uma ação que alterava o papel das artes e da cultura. A indústria cultural, para ser mais específico, pode ser capaz de contribuir para a emancipação de classes e melhoria da sociedade, ampliando seu horizonte do conhecimento.

Que isto possa ser considerado com ponto que é atingido pela indústria cultural é fato. Mas deter-se apenas em identificar o que ela pode atingir sem perceber que alterações ela é capaz de propiciar, aí é onde Adorno aponta vários pontos que são necessários abordar.

Já que foi relatado os termos 'erudito' e 'popular' a pouco, em Adorno identifica-se uma ponta nociva ente ambos. A indústria cultural faz com que a seriedade seja retirada do erudito, e a autenticidade do popular, onde no campo das idéias que solidificam a produção da indústria cultural o público perca seu senso crítico e se torne em um consumidor passivo, atingindo assim seu objetivo que é criar uma dependência e um modelo alienado do homem.

O que foi evidenciado acima se aproxima no que é relacionado hoje no contexto de indústria cultural. Tais proposições defendidas por Adorno apontam a um fetichismo cultural que banaliza, padroniza, a apresenta um conformismo no que se relacionam as produções culturais. Os valores consumidos sem que suas qualidades específicas, que é o que os diferencia, sejam idealizadas, constituem na evidência de que tal importância teve sua moldagem pronta em forma de mercadoria. O consumismo corrompe e dissemina e idéia do estereótipo, da aparência. A aparência apodera-se do que não passa de apenas um objeto de troca, simbolizando o ideal capitalista que desenha algo com um determinado valor de troca que possa passar por um processo de substituição.


*Estudante do primeiro ano de Comunicação Social