Para primeiro responder a pergunta: Jornalismo é arte? é importante que levemos algumas questões em consideração. O diálogo diário entre jornalistas e seus leitores pode causar certo tipo de aproximação entre eles, onde quem escreve tem a possibilidade de saber quem é que o lê, e já o leitor é capaz de reconhecer o tipo de linguagem que irá encontrar. Outro ponto importante para responder tal questão seria se há uma fórmula pronta para fazer jornalismo. Que artifícios são usados no processo de recebimento do acontecido, a dissolução dos fatos, a confecção da noticia e como a notícia chega aos receptores.
Pensando no Jornalismo Impresso é necessário que se lembre de todo o seu processo de evolução, de como foi se aperfeiçoando e como está sendo desenvolvido hoje. Outro meio jornalístico que deveras é foco desse contexto é o Rádio, que de uma época considerado fenômeno por aproximar o ouvinte da notícia, chegou a ser ameaçado pelo desenvolvimento da televisão, onde o jornal televisivo trouxe uma maior dinamicidade, apresentando o recurso visual que encanta quem assiste.
Falar em atualidade remete também a uma tendência cada vez mais em voga que é o jornalismo Online. Esse também trás inovações em suas propostas que até certo ponto foge do tradicionalismo do meio. Sua estrutura narrativa não linear pode desconstruir a estrutura de inicio, meio e fim de um texto. O ambiente virtual disponibiliza recursos onde o internauta não é obrigado a realizar uma leitura completa. Vídeos no meio da noticia, links que transferem o assunto para outros sites, tudo isso faz com que o meio de comunicação não saiba se o leitor obrigatoriamente está "preso" em seu domínio naquele exato momento.
Mas o que será de um jornal sem a notícia? Em qualquer ambiente que for o acontecimento é que move e transforma o meio. A percepção para definir quando algo é notícia é o que leva o profissional a criar, a enriquecer sua produção textual em detalhes e a fundamentar suas informações.
Há de convir que não há receita pronta para uma produção jornalística, mas sim desenvolver no texto uma ordem direta dos fatos, com precisão, fundamento, onde o espaço para a "captura" do leitor – o início da produção – seja desenvolvida de uma forma que o leve até o final, compreendendo os pontos abordados e contribuindo para sua informação.
Entretanto, nossa questão inicial pode ser que ainda necessite de uma resposta mais direta, fazendo entender que toda a produção do homem onde há uma transformação, uma criação possa ser considerada como arte. Primeiramente apontemos para dois conceitos de arte, a classificativa – que remete se uma determinada obra é boa ou não, abstendo-se da resposta se ela é arte. Para entender se é arte, apontemos para o sentido valorativo. A produção jornalística está cercada desses conceitos. A sociedade por si só, designa de ambas as maneira os meios de comunicação.
A isso remete-se certo posicionamento da imprensa atual, como por exemplo o chamado jornalismo declaratório. Esse tipo de alcunha sentida pela imprensa é reflexo da uma sociedade que ainda espera ser surpreendida com a publicação de histórias que desconhecem ou com a explicação de fatos não compreendidos direito. Comparado com uma escola artística onde em um determinado momento rompe com o tradicional, reformula idéias e trás novos conceitos - por isso é possível identificar alguns estigmas de que existem jornais e jornais.
Se o contexto de obra de arte envolve a estética e o belo, o jornalismo também utiliza ferramentas que o direciona nessa mesma conjuntura. Em cada meio jornalístico citado acima, encontraremos criações que o remetem a uma determinada estética ou linha de desenvolvimento. Recursos eletrônicos de áudio-visual e muitos outros caracterizam a forma como cada seguimento jornalístico é feito. E o contato do receptor com essas produções o remete a sentimentos que os leva a compreender o que é produzido.
Mas se ainda resta alguma dúvida se jornalismo é arte ou não, basta buscar compreender o que representa o ato de escrever no periodismo. Escrever remete-se a uma combinação de audácia, sentimento, dedicação, imaginação e sorte. Tais ingredientes necessariamente não garantem o sucesso de uma produção jornalística, contudo apresenta funções que provocam reações em quem lê, contribuindo para o entendimento e ampliando conhecimentos. A arte de colocar no papel encanta não apenas pela beleza da criação, mas, por também ser capaz de documentar o fato.
Estudante do primeiro ano de Comunicação Social.
 

